quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Para que Serve a Igreja?


O mundo religioso tem seu mais novo personagem: o evangélico não praticante. A informação aparece nos resultados das últimas pesquisas realizadas pelo Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais (Ceris) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas pela reportagem O novo retrato da fé no Brasil, publicada na edição 2180 da revista ISTOÉ, de agosto último.

Os evangélicos não praticantes são definidos como “os fiéis que creem mas não pertencem a nenhuma denominação”, sendo cada vez maior o número de pessoas que “nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé”. Os dados revelam que “os evangélicos de origem que não mantém vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são mais de 4 milhões de pessoas nessa condição”.

As pesquisas apenas confirmaram uma tendência há muito identificada, a saber, o crescente número de pessoas que buscam espiritualidade sem religião, e deseja a experiência da fé sem a necessidade de submissão às instituições religiosas. É o fenômeno da fé privatizada, em que cada um escolhe livremente o que crer, retirando ingredientes das prateleiras disponíveis no mercado religioso.

O novo cenário faz surgir perguntas que exigem respostas urgentes: Para que serve a igreja? Qual a função da comunidade cristã na sociedade e na experiência pessoal de peregrinação espiritual?

A experiência dos cristãos no primeiro século, no dia seguinte ao Pentecostes, narrada no livro dos Atos dos Apóstolos [2.42-47; 4.32-35], serve de referência para a relevância da vivência em comunidade.

Para que serve a igreja? A igreja serve para manter viva a memória da pessoa e obra de nosso senhor Jesus Cristo: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos”. Em tempos chamados pós modernos, quando as crenças são desvalorizadas e as verdades se tornam subjetivas e particulares, é importante saber não apenas em quem se crê, e os cristãos compreendem a fé como confiar em uma pessoa, Jesus Cristo, mas também saber o que se crê, e por isso os cristãos chamam de fé também um conjunto de crenças e afirmações a respeito do Deus em quem crêem–confiam. O Evangelho é uma boa notícia, e os cristãos devem saber qual é essa notícia. A igreja é a comunidade que preserva a memória de Jesus, sua pessoa e obra.

Para que serve a igreja? A igreja serve para manter viva a esperança que se fundamenta na abertura para o mistério divino: “Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos [...] com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus”.

Em tempos de banalização do sagrado, as pessoas perdem a noção do que Rudolf Otto chama “mysterium tremendum”, isto é, já não têm na alma o temor que coloca o homem de joelhos diante da manifestação do divino e nem mesmo esperam que tal aconteça. A igreja é a comunidade que preserva a expectativa de que o céu se abra, de que o favor divino se derrame sobre a terra.

Enquanto o mundo vai se tornando cada vez mais frio e fechado, condenado às estreitas possibilidades da racionalidade e dos limites do poder humano, a igreja fala do milagre como possibilidade real e os cristãos se dedicam às orações.

Para que serve a igreja? A igreja serve para manter viva a oferta do amor de Deus em resposta à solidão humana: “Eles se dedicavam à comunhão, ao partir do pão [...] Todos os que criam mantinham se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade [...] Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.

Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um”. Em tempos de individualismo, egoísmo, segregação, e competição darwinista, a igreja é a comunidade da fraternidade, da partilha, da solidariedade e da generosidade. A igreja é a comunidade da aceitação, do perdão e da reconciliação. É na igreja que se concretiza a oração de Jesus a respeito de Deus e os homens: “que sejam um”.

Para que serve a igreja? A igreja serve para manter vivos os sinais do reino de Deus na história: “grandiosa graça estava sobre todos eles”. Conforme Jung Mo Sung, “a igreja é o povo de Deus a serviço do testemunho da presença do Reino de Deus”, que se completa com a afirmação de Ariovaldo Ramos: “a igreja deve viver o que prega para poder pregar o que vive”. A igreja é a comunidade em que o anúncio da presença do Reino de Deus entre os homens é seguido do convite desafio: “Vem e vê”, pois o Evangelho de Jesus Cristo não é apenas uma mensagem em que se deve crer, mas principalmente um novo tempo em que se deve viver.

Para que serve a igreja? A igreja serve para manter viva a esperança da ressurreição: “Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus”. Quando o lacre romano do túmulo de Jesus foi rompido no domingo da ressurreição, a vida afirmou sua vitória sobre os agentes promotores e mantenedores da morte, sobre os processos de morte, que serão enfrentados pela esperança de que um dia a própria morte, último inimigo, cairá de joelhos diante do Senhor da vida.

A igreja é a comunidade dos que se rebelam contra a morte em todos os lugares e todas as dimensões, e contra ela lutam com todas as forças que recebem do doador da vida.

A igreja é a comunidade dos que já não vivem com medo da morte (Hebreus 2.14), dos que anunciam e vivem dimensões da vida, e dos que profetizam a ressurreição até o dia quando, aos pés do Cristo de Deus, celebrarão a vitória daquele que no Apocalipse diz: “Não tenham medo. Eu tenho as chaves da morte e do inferno”, pois “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último. Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre!”. Amém.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Dom do Amor

Não importa a unção, nem tampouco todos os outros frutos que o Espírito Santo possa nos dar, digo sem medo de errar que nenhum, absolutamente nenhum dos frutos é mais importante que o amor.  O amor é o responsável por dosar de forma acertada cada um dos dons, é ele que permite que o Cristão possa usar acertadamente todas as “ferramentas” que o Espírito Santo nos fornece para conduzir os que sofrem à salvação.

Você pode até se aplicar para fazer crescer seu ministério, pode até fazer maravilhas e possuir dons que impressionem até aos anjos, mas se não tiver amor, ah, infelizmente não conseguirá manter seu crescimento. O amor é o que possibilita o crescimento e mantém as pessoas unidas. O amor é o suporte para o ganhador de almas pois é preciso amar para se querer salvar as almas que estão nas garras do diabo, além da unção e da autoridade é obvio… mas o princípio é… o amor! “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” (1ª Coríntios 13:2).

Se não há amor de nada adianta tentar, na força do braço, fazer o que a Palavra nos diz… o “Ide” sem amor é mera representação teatral de mal gosto. É preciso levar as pessoas até o Deus maravilhoso que nos libertou, que nos salvou e que nos guia… e este Deus nos recebe e quer receber a todos com amor.

O amor, assim como a fé, pode ser visto em nosso dia-a-dia em nossas igrejas: ele é visto quando os obreiros antes das reuniões fazem um círculo de oração e pedem à Deus que os capacite e os use, é visto no sorriso de um obreiro quando se dirige à uma pessoa que acaba de ser liberta do mal e quando este se compromete (de coração aberto e sincero) a acompanhar esta pessoa e a lutar junto com ela até atingir a libertação, é visto quando um evangelista fala do Senhor Jesus, pois sabe que aquela pessoa precisa ser tratada com amor para que Deus possa transformar sua vida.

O amor não rotula as pessoas, alias o amor nem se preocupa em tipificar as pessoas, ele simplesmente as acolhe. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.  Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;” (1ª Coríntios 13:4-5). Ouvi outro dia que “Rótulos são para latinhas e não para pessoas” e concluo que onde há rótulos falta o amor.

Onde há o amor não há injustiças, não há puxadas de tapetes, não há disputa entre os que fazem a obra, afinal de contas todos fazem para o mesmo Deus, com o mesmo Espírito e movidos pelo mesmo amor que continuamente move os seus, afinal de contas o amor “Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;” (1ª Coríntios 13:6).

Tem alguma dúvida da importância do amor para quem faz a obra de Deus? “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (1ª Coríntios 13:13).

Que Deus abençoe a todos e que Ele conceda-nos em abundância o dom do Amor.

(Rogério Bolanho)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O poço sem fim de Deus

“Quem crê em mim, do seu interior fluirão rios de água viva.” João 7:38

Você não precisa de goles regulares do reservatório de Deus? Eu preciso. Em situações incontáveis – encontros estressantes, dias monótonos, muito tempo dirigindo, viagens exigentes – e muitas vezes por dia, eu piso na mola subterrânea de Deus. Ali eu recebo novamente o Seu trabalho pelo meu pecado e morte, a energia do Seu Espírito, Sua senhoria e Seu amor.

Beba comigo desse poço sem fim. Você não precisa viver com um coração desidratado. Receba o trabalho de Cristo na cruz, a energia do Seu Espírito, Sua senhoria sobre sua vida, Seu amor constante e sem fim.

Beba totalmente e freqüentemente. E do seu interior fluirão rios de água viva.

(Max Lucado)